Faxina
Agora que já sou velha
Repenso possibilidades
Tudo exige atitude
Ou irresponsabilidade
Vestir biquíni
Sair sem maquiagem
Andar sem salto alto
Usar shorts na cidade
Nada do que aprendi se aplica
Nesta tal de terceira idade
É um descarte diário
Do que não faz necessidade:
Sexo, mentiras e...
Vaidade!
Feliz Ano Novo, moçada na adolescência da terceira idade. Publico esse poeminha de pé quebrado pra comentar uma conversa que tive com uma amiga na virada do ano. Ela anda triste porque nenhum homem olha mais para ela. É a nossa cultura machista. Como conviver com isso? Eu tenho a dádiva de ser emocionalmente independente e de ter brochado com o fim da menopausa. Achei isso uma libertação. Agora estamos quites, eu e os homens. Ninguém olha para ninguém (kkkkk). Mas compreendo a necessidade que as mulheres e os homens acima dos 60 têm de amar e ser amados, encontrar companheiros para o final da jornada. Minhas amigas que são casadas estão um pouco mais seguras que as solteiras, mas não de todo felizes. Reclamam das diferenças que ocorrem nos comportamentos feminino e masculino a partir da metade da vida. As mulheres ficam mais animadas e cheias de planos, inventam mil coisas para preencher o tempo, enquanto os homens vão se voltando mais para dentro, tornam-se reflexivos e calados. Empacam às vezes na cervejinha e na TV e olham com preguiça para a esposa querendo sair, dançar, viajar. Enfim, viver não é fácil, nem para quem é solteiro, nem para quem é casado. É sempre um exercício diário de adaptação, ou já teríamos sido extintos. A verdade é que nascemos sós e morreremos sós, e por isso temos que buscar em nós as ferramentas de sobrevivência, em todos os níveis: físico, emocional, psicológico, financeiro e afetivo. Não podemos exigir dos outros que nos amem mais do que nós mesmos nos amamos. Cristo já disse isso. Então, um 2017 com autonomia, alegria, resiliência e disposição para a luta. "Viver é lutar". Gonçalves Dias.
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