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A Bandeira é nossa. O Brasil também. Vamos reagir!

Atualizado: 11 de dez. de 2021

Nunca pensei que fosse ter medo da Bandeira do Brasil. Desde criança aprendi a vê-la como símbolo nacional de soberania, desfraldado com respeito. A lei 5.700 de 1º de setembro de 1971, incorporada na Constituição de 1988, diz no art.10: a bandeira pode ser usada em todas as manifestações de sentimento patriótico dos brasileiros, de caráter oficial ou particular.

Assim sendo, temos que ser tolerantes com seu uso? Deixar que ela seja vilipendiada, distorcida, esmolambada, até que perca totalmente seu significado e criemos outra? Ou devemos empunhá-la novamente nas ruas, em defesa da nossa democracia, da nossa história e dos nossos direitos, escancaradamente soterrados em um governo descomprometido com a vida, a dignidade, a educação, a saúde, o meio ambiente, a ordem e o progresso?

A bandeira não é um símbolo de tirania contra o seu próprio povo, ao contrário do que parece propor os apoiadores de Bolsonaro, ao hasteá-la a torto e a direito em suas casas, carros, barcos, charretes, motos, feito cães marcando território. A mensagem que passam não é de segurança e pertencimento, mas de intimidação. É como uma suástica, um capuz da ku Klux Klan, uma pichação do Comando Vermelho. Ou uma placa de advertência sobre o perigo de cachorros bravos atrás dos muros que ocultam, atualmente, um Brasil paralelo, apoiado por gente sem noção de civilidade ou empatia.

Empunhar a bandeira para pedir uma nova ditadura, o fechamento do Congresso e do STF é distorcer sua simbologia, vulgarizar seu poder de união e confraternização. E o fazem de forma desrespeitosa: amarram-nas às costas ou nos quadris; dão com os cabos improvisados na cabeça de jornalistas; jogam-nas em lixeiras, após os atos públicos.

Desde a luta pelas eleições diretas que os movimentos populares brasileiros voltaram a usar a bandeira do Brasil como símbolo de Pátria, retomando-a dos militares, que dela se apropriaram durante a Ditadura. Empunhá-la nas manifestações e cantar o Hino Nacional era uma forma de afirmação da nossa cidadania e dos nossos direitos, abolidos nos anos de exceção.

Quem não se lembra delas, imensas, carregada por dezenas de estudantes cara-pintadas de verde-amarelo, no impeachment do Collor? A bandeira como símbolo de proteção, de pertencimento, de advertência aos governantes sobre seu papel de estadistas e de cobrança de seriedade e respeito para com o povo. O recado das ruas, um pito sobre moralidade. E agora? A bandeira é deles? Dos que negam a Covid, as mortes, as vacinas, a inflação, a corrupção, o desmonte do País? Dos que defendem um governo autoritário, sem Legislativo ou Judiciário para atrapalhar?

Contrariando inúmeros colegas da oposição, que propõe nunca mais usar o verde-amarelo por causa dessa apropriação exagerada e distorcida do nosso símbolo, defendendo a reapropriação e a ressignificação dele. Já dizia dom Hélder Câmara: não é porque a bandeira foi parar em mãos erradas que se condena a bandeira. Condena-se as mãos que a seguram.

A bandeira é nossa, é nosso símbolo de força e de território. Temos que trazê-la de volta às ruas, em gigantescas manifestações pelo impeachment de Bolsonaro e pela cassação de todos os seus filhos. Pelo julgamento exemplar dos ministros que põem em risco a vida dos brasileiros, a floresta amazônica, as populações indígenas e Quilombolas, os pretos, pardos e pobres, alvos desse governo desumano.

Já existem nas redes sociais propostas de convocação dos vacinados para iniciar o movimento. Temos que marchar sobre Brasília com a nossa bandeira, e também com as bandeiras dos partidos de oposição, com slogans, com músicas, com hinos, com toda a união possível contra este monstro ensandecido que nos açoita. Se os jovens não se rebelam, rebelemos nós, os maiores de 60, crescidos na luta pela Democracia, vacinados contra todo tipo de opressão.

Proponho ocuparmos a Esplanada dos Ministérios dia e noite, até a queda do Palácio do Planalto. Cada manifestante numa marcação no chão (que tal carimbos de caveiras, armas e caixões?) para delimitar o distanciamento social e formar, com os corpos, palavras de ordem que traduzem nossa insatisfação e repúdio. Carros de som, shows, foguetes, arte. Sabemos fazer isso. Porque não o fazemos?

Não há clima para um novo impeachment? Que o criemos. Não é seguro botar o povo na rua? Vacinados, de máscara e com distanciamento social, qual o perigo? A hora é agora. Se já não passou faz tempo. Este governo não poderia, jamais, ter chegado aonde chegou. Muito menos essa gente ignara que o apoia.

Vamos reagir, pessoal!

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